terça-feira, 9 de setembro de 2008

46 - Curva parabólica de Monza

No próximo domingo (14/09/2008) acontecerá o Grande Prêmio da Itália no Autódromo de Monza e, novamente, ouviremos o "grande" Galvão Bueno falando sobre uma tal de Curva Parabólica. A curva tem esse nome devido ao desenho do seu traçado e não pelo tipo de inclinação. Como eram utilizadas nas décadas de 1950 e 1960 duas curvas inclinadas e, estas sim, de piso parabólico (veja a postagem 42), a confusão foi formada.

A ilustração mostra como é o circuito de Monza atualmente.
Transcrevo abaixo a resposta dada a uma pergunta no site http://www.gptotal.com.br/ :

"As curvas, que aparecem em toda a sua majestade no filme Grand Prix, foram construídas em 1955 num delírio de grandeza dos italianos, dando continuidade à recuperação do autódromo de Monza, criado em 22, severamente danificado durante a II Guerra Mundial.
Seguindo o antigo traçado, os engenheiros inseriram um circuito oval com as curvas inclinadas dentro do circuito que você já conhece. As curvas iam se inclinando progressivamente até chegarem a 80% em sua parte superior. Caminhei sobre elas e garanto: não dá para chegar, de pé, à metade da pista, tal o grau de inclinação.
Você largava no mesmo local de hoje, entrava na Curva Norte, depois na Sul e saía de novo na reta dos boxes, mas no lado esquerdo dela. Daí em diante, você cumpria uma volta quase igual a que se dá hoje, passava diante dos boxes e entrava novamente na Curva Norte. Você notou como é larga a reta dos boxes de Monza? Pois é. Ela era dividida em duas por cones e os carros passavam por lá duas vezes. Estranho, não? Mas pense no público, que tinha a oportunidade de ver os carros diante de si duas e não uma vez por volta. Ainda hoje, se você reparar bem, dá para ver um pedacinho da curva Norte um pouco antes da freada da primeira chicane e a Curva Sul ao fundo da reta dos boxes.
Os italianos descobriram que tinha feito bobagem no dia da inauguração das curvas inclinadas, em 11 de setembro de 55. Feita em concreto armado, a superfície das curvas era por demais irregular para a velocidade que os carros atingiam - mais de 280 km/h. Era muito esforço para suspensões e chassis e os pilotos reclamaram. Os GPs de Fórmula 1 usando as curvas inclinadas foram quatro: 55, 56, 60 e 61. O circuito oval foi usado pela última vez em 69, numa corrida de sport-protótipos. Os italianos já pensaram em demolir as Curvas Inclinadas mas elas resistem. Quando as visitei, num final de outono, estavam cobertas por folhas caídas das muitas árvores que rodeiam o autódromo.
Quanto à Curva Parabólica, uma das mais estranhas curvas da Fórmula 1, é aquela imediatamente anterior à reta de largada, malditamente famosa pelas mortes de Von Trips em 61, junto com onze espectadores, e Rindt em 70. Ela foi construída simultaneamente às curvas inclinadas.
Uma última coisa: saiba que, na década de 30, Monza já contava com chicanes...
(EC)"

As curvas a que o texto se refere são as do antigo circuito oval que existia em Monza, a ilustração abaixo mostra como era o circuito:


















A fotografia mostra uma cena do filme Grand Prix onde um "fórmula 1" (foram utilizados no filme monopostos da fórmula 3 "maquiados") passa por uma das duas Curvas Inclinadas Parabólicas de Monza:


























A próxima foto mostra o grande Juan Manuel Fângio, em 1955, pilotando uma Mercedes "Flecha de prata" (o carro de número 18 na foto) e um detalhe da construção de uma das curvas:

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

45 - Lewis Hamilton

Muito se discutiu sobre a punição recebida ontem por Lewis Hamilton pela forma como "cedeu" a posição para Kimi Räikkönen. O acontecido mostra, mais uma vez, que o penta-campeão mundial Juan Manuel Fangio estava certo quando disse que "carreras son carreras".
O fato é que se não tivesse escapado na curva, Hamilton não sairia da mesma em posição de ultrapassar o finlandês. Pt saudações.
















PS. O Hamilton já devia ter percebido que quando tenta bancar o "experto" só tem se dado mal. Ele devia ter consciência de que é bom o suficiente para não precisar desses artifícios.

domingo, 7 de setembro de 2008

44 -Curva sub elevada

Quando a pista, na curva, é mais baixa do lado externo do que do lado interno temos uma curva sub elevada. É como se fizéssemos uma curva na parte externa de um cone.













A figura mostra como ficam as forças que atuam no carro:





















A força normal da pista sobre o carro inclina-se para fora da curva e origina uma componente que DIMINUI a resultante centrípeta e faz com que o carro para fazer uma curva de mesmo raio tenha de ter MENOR velocidade.

No eixo vertical:






A resultante centrípeta seria:







Você deve estar se perguntando para que fazer uma curva com inclinação “negativa” já que ela ao invés de ajudar, prejudica os carros que por ela trafegam.
Em Vitória, ES, temos a chamada “curva do Saldanha” que, no sentido do centro da cidade para o bairro de Jucutuquara, é fortemente sub elevada. Inúmeros acidentes já ocorreram no local e as autoridades não tomaram nenhuma providência.
Como a “curva do Saldanha” já tem mais de 50 anos e nenhum prefeito, embora tenham existido promessas, fez algo para corrigir tal absurdo, sugiro que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN decrete o seu tombamento e que ela passe a ser um ponto turístico homenageando assim os nossos homens públicos.

sábado, 6 de setembro de 2008

43 - Curva parabólica

Nos autódromos, quando a curva é super elevada, a sua superfície é, geralmente, parabólica e as forças atuantes no carro, aqui representado em duas posições, são:





















Repare que quanto maior for a inclinação na curva maior será a força normal e maior será a componente que fará o papel de resultante centrípeta (não estamos considerando a força de atrito) e, portanto, maior será a velocidade possível.
Se a parabólica for até a vertical não haverá limite teórico para a velocidade do carro.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

42 - Curva super elevada ou sobre elevada

Quando a pista, na curva, é mais alta do lado externo do que do lado interno temos uma curva super elevada. É como se fizéssemos uma curva na parte interna de um cone.













A força normal da pista sobre o carro inclina-se para dentro da curva e origina uma componente que ajuda a resultante centrípeta e permite ao carro fazer uma curva de mesmo raio com maior velocidade.
A figura mostra como ficam as forças que atuam no carro desconsiderando-se a força de atrito:


















A componente Ny fica responsável por equilibrar o peso do carro e a resultante centrípeta será a componente Nx.
No eixo vertical:





A resultante centrípeta seria:





Considerando o atrito, no caso de o carro estar fazendo a curva com a máxima velocidade possível, as forças que atuam no carro são:



















No eixo vertical:






A resultante centrípeta seria:








Repare que no caso de o carro estar fazendo a curva na iminência de deslizar para o lado de dentro da mesma, a força de atrito teria seu sentido invertido.