segunda-feira, 20 de abril de 2009

52 - Acabou (?) a hegemonia (?)


No caderno de esportes veiculado junto ao jornal A Gazeta de segunda-feira (20 de abril de 2009) me deparo com a seguinte manchete na página 12:
"ACABOU A HEGEMONIA"
Referindo-se à dobradinha conseguida pela equipe RBR no GP do último domingo em Xangai, na China.

Sempre nos impressiona o que fazem os jornalistas para vender mais. Uma corrida totalmente particular, pois chovia torrencialmente, onde as diferenças aerodinâmicas e de mecânica são minimizadas já permitiu ao autor da matéria concluir que a tal "hegemonia" - três corridas apenas - tinha acabado...
Claro que o desempenho das RBR foi excelente mas as conclusões - "acabou" e "hegemonia" - foram um tanto apressadas.
Bem, Galvão Bueno ainda mantêm o primeiro lugar, disparado!!!

Só para lembrar: na corrida passada na Malásia a chuva era tão intensa quanto na China, o que determinou a interrupção da prova foi a falta de visibilidade em função do horário. A largada aconteceu às 17 horas e a interrupção às 18 horas e 52 minutos, no horário local.

Foto mostrando a visibilidade no GP da Malásia quando foi interrompido

sábado, 18 de abril de 2009

51 - Finalizando sobre a questão 16 do VestUFES-2009

A postagem que segue só foi colocada agora para mostrar que o intuito não era fazer sensacionalismo em cima de um erro flagrante ocorrido na prova de primeira fase do último VestUFES, e sim, dar um alerta mais no intuito de colaborar com o aprimoramento do processo seletivo da Universidade Federal do Espírito Santo.
Bem, dito isto, vamos ao que interessa:

Recebi o parecer onde a banca de Física do VestUFES 2009 justifica a não anulação da questão de número 16 da prova. Reproduzo abaixo o tal parecer circulando em vermelho a justificativa citada:
Bem, no próprio livro que serviu de base ao parecer vemos, na página seguinte, um gráfico que mostra como a aceleração da gravidade "g" varia com a distância ao centro da Terra e temos que na expressão para a mesma fora das "proximidades da superfície terrestre" a aceleração da gravidade é representada por "g" e não da maneira como "deve ser representada" conforme cita o parecer.

Mostro abaixo parte de uma página do livro: GASPAR, Alberto; "Física", volume 1, 1ª edição, Editora Ática, página 271; onde na expressão relativa à aceleração da gravidade à altura h relativa à superfície da Terra a mesma é, também, representada por "g":

A figura abaixo mostra parte de uma página do livro: HELOU, Ricardo Doca; GUALTER, José Biscuola; NEWTON, Villas Bôas; "Tópicos de Física", volume 1, 20ª edição, Editora Saraiva, página 231; onde na expressão relativa à aceleração da gravidade à altura h da superfície da Terra a mesma é, também, representada por "g":

Na página seguinte do mesmo livro é apresentada uma tabela que mostra como a aceleração da gravidade varia com a altitude e vemos que sempre a aceleração da gravidade, mesmo fora da superfície da Terra, é representada pela letra "g":

Na figura abaixo podemos ver parte de uma página do livro: NICOLAU, Gilberto Ferraro; TOLEDO, Paulo Antonio de Soares; "Física Básica", volume único, 4ª reimpressão, página 217; onde, do mesmo modo, na "expressão que dá o módulo da aceleração da gravidade num ponto situado a uma distância d do centro da Terra", a mesma é representada pela letra "g":

Verificamos, então, que a afirmativa feita no parecer contrário à anulação da questão 16 é FALSA.

Identifico na questão 16 e no parecer apresentado os seguintes "problemas" colocando-os em ordem decrescente de importância:

1. A questão é literal e não aparece no enunciado a aceleração da gravidade (g) sendo que a mesma foi citada nas alternativas.

2. Considerar que "Conforme é bem conhecido na literatura... No caso de uma aceleração dependente da altura h, temos uma função que deve ser representada por g(h) ou gh”.

3. As duas expressões que seriam encontradas caso se considerasse a aceleração da gravidade na superfície da Terra ou à distância considerada foram colocadas nas alternativas.


As pessoas que lecionam Física nos Colégios (não "cursinhos" como alguns preferem) são profissionais e assim devem ser considerados e respeitados. Suas ponderações não são no intuito de "desafiar" as bancas elaboradoras das provas, e sim, de acusar eventuais erros, supostos ou reais, com o intuito de melhorar a seleção dos candidatos à UFES. Não devem, portanto, ser tratados com descaso e menosprezo com pareceres equivocados, cheios de "achismos" e superficiais. Esses profissionais tratam o processo seletivo com a seriedade que ele merece e que, temos certeza, a grande maioria dos profissionais da UFES também trata. Eventuais desvios devem ser corrigidos.
Já passou da hora de a UFES reformular todo o mecanismo em volta do seu processo seletivo e colocá-lo em sintonia com os de outras universidades públicas e um dos itens dessa reformulação é, com certeza, tratar os professores de Ensino Médio como aliados e não como adversários.

OBS:
1 - Esta postagem é sobre a questão 16 do VestUFES 2009 que foi comentada e resolvida na postagem de número 49.
2 - Para ver as figuras ampliadas clique sobre as mesmas.