domingo, 17 de julho de 2011

66 - Qual a semelhança entre a Parada Gay, a Marcha para Jesus e o Vital?

Já na época do Vital - carnaval fora de época que foi realizado na Av. Dante Michelini em Camburi, Vitória até 2005 - quando falava em Ordem de Grandeza, eu sempre comentava com meus alunos que a quantidade de presentes ao evento divulgada pela empresa organizadora era absurda e que a grande maioria das pessoas tem enorme dificuldade em perceber tal exagero.
A conta é simples: o local onde se realizava o Vital tem 500 m de extensão e 24 m de largura, o que perfaz uma área total de 12.000 metros quadrados. Se considerarmos a mesma quantidade de pessoas por metro quadrado utilizada pelo Corpo de Bombeiros para o cálculo do número de pessoas em grandes multidões - 5 pessoas por metro quadrado - chegamos a 60 mil pessoas, como eram três dias de folia, temos um total de 180 mil pessoas. Repare que o cálculo foi simplista, não levando em conta o espaço ocupado pelas estruturas e pelos equipamentos utilizados!
Numa nota oficial feita pela empresa Ondaluz em 15 de julho de 2005 (disponível em "http://www.cadeafesta.net/noticias/ver.asp?id=701&coluna=2") está escrito o seguinte:
"Em respeito aos 700 mil foliões que comparecem ao VITAL e aos milhões de admiradores deste projeto, apresentamos a seguir as devidas explicações sobre o VITAL 2005."
Ora, 700 mil foliões em três dias numa área de 12.000 metros quadrados dá 19,4 foliões por metro quadrado!!! Meio congestionado não acham?
Tudo bem, o Vital acabou e o meu exemplo passou a ser a Parada Gay de São Paulo, onde o exagero é idêntico. Afinal na versão de 2011 os organizadores disseram que um total de 4 milhões de LGBT's estiveram presentes. Caramba, só o número já levanta enormes suspeitas de manipulação, pois é muita gente mesmo para uma cidade como São Paulo!
Navegando pela Web, encontrei este vídeo onde dois jornalistas da Folha de São Paulo e um profissional do Datafolha, falando sobre a Parada Gay e a Marcha para Jesus, mostraram (finalmente!), que, mesmo utilizando números, digamos, superfaturados, tal quantidade de pessoas é uma miragem. Chama a atenção a comparação com Woodstock e a intervenção artística mostrando como se arranjariam 18 pessoas por metro quadrado.

É possível, agora, responder à pergunta do título: a mentira nos números!



OBS. Quando o jornalista Giba Bergamin Jr pergunta a Alessandro Janoni, do Datafolha: "...e quantas pessoas a gente põe nesse metro quadrado para ter um cálculo bem exagerado..." o Alessandro responde dizendo que o Datafolha considera, para cálculo, 7 pessoas por metro quadrado mas "...em situação de confinamento..." e, mais à frente, Giba diz, "...se as pessoas se esmagarem em sete por metro quadrado..."